Curiosidades sobre as tartarugas

Curiosidades sobre as tartarugas

Todas as tartarugas, tanto aquáticas como terrestres, estão localizadas dentro da ordem Testudines, que é um grupo muito antigo, embora possuam diferenças anatômicas significativas com os registros fósseis encontrados. As tartarugas são animais peculiares, geralmente inofensivos, que sofrem as consequências do impacto das ações humanas, que colocam muitas espécies em riscos significativos.

Convidamos você a continuar lendo este artigo do PeritoAnimal para que você conheça diversas curiosidades sobre as tartarugas.

Não têm dentes

Iniciamos essa lista de curiosidades sobre as tartarugas falando com uma dúvida bastante comum e já deixamos claro: as tartarugas não têm dentes, no entanto, isso não é de forma alguma uma limitação para se alimentar, já que algumas espécies, como a tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), possuem estruturas de queratina no palato, ao redor da mandíbula e até no esôfago, que as ajudam a reter e processar o alimento.

Por outro lado, diversas espécies, como a tartaruga-verde (Chelonia Mydas), que não tem dentes e nem as estruturas de queratina antes mencionadas, contam com a forma dentada que sua mandíbula possui para segurar as algas ou a vegetação da qual se alimentam quando são adultas.

Não possuem cordas vocais

Uma das curiosidades das tartarugas marinhas e terrestres mais surpreendentes é que carecem de cordas vocais, no entanto, isso não as impede de emitir diversos tipos de sons para se comunicar. Embora não possamos ouvir claramente os sons produzidos por esses animais, eles produzem, na verdade, de diferentes tipos e frequências. Por exemplo, as tartarugas emitem certos sons, principalmente durante o momento da copulação.

Não têm orelhas

Outra curiosidade sobre as tartarugas é que elas não possuem ouvido externo, ou seja, não têm orelhas, mas possuem um sistema auditivo composto por ouvido médio e interno, o que lhes permite ouvir. Outra característica é que seu tímpano, ao contrário de outros répteis, está rodeado pelo labirinto ósseo e não por escamas.

Nesse sentido, apesar de as tartarugas não terem orelhas, elas não só conseguem ouvir, mas também se comunicam por diversos tipos de sons e frequências como mencionamos anteriormente.

O casco é parte da coluna vertebral

A característica mais distinta dos Testudines é, sem dúvida, seu peculiar casco, que proporciona certa proteção contra alguns predadores e golpes, embora a dureza varie de uma espécie para outra. Essa estrutura não é um exoesqueleto, é uma modificação da caixa torácica do animal, que também faz parte da sua coluna vertebral e das costelas.

Essa estrutura em muitas espécies é formada por diversos ossos e uma espessa cobertura de queratina, com exceção de alguns casos, nos quais o casco é mais macio porque é constituído por uma camada grossa de pele.

Nem todas têm o mesmo tipo de pescoço

Todas as tartarugas são agrupadas na ordem Testudines, mas são divididas em duas subordens:

  • Pleurodira (pescoço lateral): são aquelas tartarugas que podem mover a cabeça para os lados, já que as vértebras do pescoço se flexionam lateralmente.
  • Cryptodira (pescoço oculto): neste grupo estão aqueles que são capazes de retrair a cabeça para dentro da carapaça, porque neste caso as vértebras do pescoço podem se flexionar verticalmente.

Existem espécies gigantes

Dentro das tartarugas terrestres existe um grupo de 12 espécies vivas que são conhecidas como tartarugas-gigantes-de-Galápagos, sendo as maiores tartarugas que existem atualmente. Embora, como mencionamos, existem várias espécies, algumas destas podem pesar cerca de 400 kg e medir 1,8 metros.

Também existe outra espécie gigante que vive em um arquipélago no oceano Índico, que é conhecida como tartaruga-gigante-de-Aldabra (Aldabrachelys gigantea). Esta espécie é a mostrada na imagem.

Se comunicam antes de nascer

Uma das curiosidades sobre as tartarugas marinhas mais interessantes é que, quando ainda estão no ovo e estão perto de eclodir, são capazes de ouvir os sons emitidos pelas fêmeas agrupadas dentro da água, que fazem para guiar os filhotes. Os filhotes também fazem certos sons para se comunicar com o restante dos filhotes que estão para nascer e, dessa maneira, se sincronizam para eclodir.

A temperatura condiciona o sexo

Outra das coisas mais curiosas sobre as tartarugas é que o sexo do filhote é determinado pela temperatura. Assim, em várias espécies de tartarugas, a temperatura do ambiente onde os ovos se desenvolvem determina o sexo dos embriões, no entanto, não existe um processo único:

  • Em alguns casos, as temperaturas elevadas fazem com que mais fêmeas se formem e menos machos.
  • Em outros casos, os machos são formados se houver condições térmicas intermediárias, enquanto as fêmeas se a temperatura estiver em um dos extremos.

Existem até espécies, como a tartaruga chinesa (Mauremys reevesii), em que o embrião se move dentro do ovo para selecionar melhores condições de temperatura, o que influencia na determinação do sexo [1].

São muito longevas

Essa curiosidade sobre as tartarugas você já deve conhcer: enquanto estão no ovo e ao nascer são muito vulneráveis, principalmente aquelas que vivem em espaços naturais onde existem predadores que as perseguem para se alimentar delas. No entanto, são animais que crescem rapidamente, o que permite que se desenvolvam para se protegerem principalmente por sua carapaça. Uma vez que amadurecem, esses animais retardam seu desenvolvimento e envelhecem lentamente, o que lhes oferece uma importante longevidade de mais de 100 anos, como é o caso da tartaruga-gigante-de-Santiago (Chelonoidis darwini), entre outras.

Como um fato curioso sobre as tartarugas relacionado com este ponto, o Livro dos Recordes do Guinnes lista uma das tartarugas mais antigas que conhecemos, Tu'i Malila [2], que morreu aos 188 anos. Da mesma forma, no ano de 2006 faleceu Adwaita, uma tartaruga gigante de Aldabra, que vivia em um zoológico na Índia e suspeita-se que possa ter mais de 250 anos, embora não se sabe exatamente. Na imagem observamos a Adwaita.

Imagem: wikia-tortuga.fandom.com

Muitas espécies estão em perigo de extinção

Finalizamos a lista de curiosidades sobre as tartarugas com um dos dados mais desoladores, não são poucas as espécies de tartarugas que estão ameaçadas por diversas causas. Por exemplo, no caso das marinhas, aspectos como a mudança climática, a contaminação, a caça, captura acidental e excesso de barcos têm gerado um importante impacto sobre esses animais.

Podemos mencionar alguns casos de tartarugas que estão em perigo de extinção. Por exemplo, tanto a tartaruga de couro (Dermochelys coriacea) como a tartaruga comum (Caretta caretta) estão consideradas como vulneráveis; a tartaruga verde (Chelonia mydas) em perigo de extinção; e tanto a tartaruga de pente (Eretmochelys imbricata) como a tartaruga gigante espanhola (Chelonoidis hoodensis) e a tartaruga de cauda chata (Pyxis planicauda) em perigo crítico de extinção.

Agora que você conheceu essas curiosidades sobre as tartarugas, não perca o vídeo a seguir em que mostramos uma história inspiradora de superação de uma tartaruga de apenas três pernas:

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Referências
  1. Ye, Yin-Zi; Ma, Liang; Sun, Bao-Jun; Li, Teng; Wang, Yang; Shine, Richard; Du, Wei-Guo (2019). The Embryos of Turtles can Influence their own Sexual Destinies. Current Biology. 29 (16): 2597–2603.e4. Disponível em:10.1016/j.cub.2019.06.038
  2. Guinness World Records. Oldest chelonian. Disponível em: <https://www.guinnessworldrecords.com/world-records/70249-oldest-chelonian>. Acesso em 7 de dezembro de 2021.
Bibliografia
  • Cayot, L.J., Gibbs, J.P., Tapia, W. & Caccone, A. (2016). Chelonoidis darwini. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T9020A82689845. https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-1.RLTS.T9020A82689845.en>. Acesso em 7 de dezembro de 2021.
  • Ferrara, C., Vogt, R. y Sousa-Lima R. (2013). Turtle Vocalizations as the First Evidence of Posthatching Parental Care in Chelonians. Journal of Comparative Psychology. American Psychological Association 2013, Vol. 127, No. 1, 24 –32. Disponível em: http://www.seaturtle.org/PDF/FerraraCR_2013_JCompPsychol.pdf>. Acesso em 7 de dezembro de 2021.
  • Fontanes, F. A. Roszko, S. Flore, K. Hatton, V. Combos y A. Helton (2007). Dermochelys coriacea. Animal Diversity Web. Disponível em: <https://animaldiversity.org/accounts/Dermochelys_coriacea/>. Acesso em 7 de dezembro de 2021.
  • Hersh, K. (2016). Chelonia mydas. Animal Diversity Web. Disponível em: https://animaldiversity.org/accounts/Chelonia_mydas/>. Acesso em 7 de dezembro de 2021.
  • Pecor, K. (2003). Testudines. Animal Diversity Web. University of Michigam, Museum of Zoology. Disponível em: <https://animaldiversity.org/accounts/Testudines/>. Acesso em 7 de dezembro de 2021.
  • Reyes, E. (2019). ¿Qué tienen que decirnos las tortugas? Ecofronteras, 2019, vol. 23, núm. 65, pp. 26-28. Disponível em: <https://revistas.ecosur.mx/ecofronteras/index.php/eco/article/view/1842>. Acesso em 7 de dezembro de 2021.