Como os dinossauros foram extintos

Como os dinossauros foram extintos

Ao longo da história do nosso planeta, poucas criaturas conseguiram capturar o fascínio humano como os dinossauros. Os colossais animais que antes povoavam a Terra agora enchem nossas telas, livros e até nossas caixas de brinquedos desde que conseguimos nos lembrar. No entanto, após uma vida inteira convivendo com a memória dos dinossauros, será que nós os conhecemos tão bem quanto pensamos?

Em seguida, no PeritoAnimal, vamos mergulhar em um dos grandes mistérios da evolução: como os dinossauros foram extintos?

Em que período os dinossauros existiram?

Chamamos de dinossauros os répteis incluídos na superordem Dinosauria, do grego deinos, que significa "terrível", e sauros, que se traduz como "lagarto", embora não devamos confundir dinossauros com lagartos, pois eles pertencem a duas categorias de répteis diferentes.

O registro fóssil indica que os dinossauros protagonizaram a era Mesozóica, conhecida como a "Era dos Grandes Répteis". O fóssil de dinossauro mais antigo encontrado até hoje (um espécime da espécie Nyasasaurus parringtoni) tem aproximadamente 243 milhões de anos e, portanto, pertence ao período Triássico Médio. Naquela época, os continentes atuais estavam ligados entre si formando a grande massa de terra conhecida como Pangeia. O fato de os continentes ainda não terem sido, na época, separados pelo mar, permitiu que os dinossauros se espalhassem rapidamente pela superfície da Terra. Da mesma forma, a divisão da Pangeia nos blocos continentais da Laurásia e Gondwana durante o início do período Jurássico estimulou a diversificação dos dinossauros, dando origem a inúmeras espécies diferentes.

Classificação dos dinossauros

Essa diversificação favoreceu o aparecimento de dinossauros com características muito variadas, tradicionalmente classificados em duas ordens, de acordo com a orientação de sua pelve:

  • Saurísquios (Saurischia): os indivíduos incluídos nessa categoria apresentavam o ramo pubiano verticalmente orientado. Eles se dividiam em duas linhagens principais: os terópodes (como o Velociraptor ou o Allosaurus) e os saurópodes (como o Diplodocus ou o Brontosaurus).
  • Ornitísquios (Ornitischia): o ramo pubiano dos membros desse grupo era orientado diagonalmente. Essa ordem abrange duas linhagens principais: os tieróforos (como o Stegossaurus ou o Ankylossaurus) e os cerápodos (como o Pachycephalosaurus ou o Triceratops).

Dentro dessas categorias, podemos encontrar animais de envergadura altamente variável, desde o Compsognatus, o menor dinossauro descoberto até hoje, de tamanho semelhante a uma galinha, ao formidável Brachiossaurus, que atingia uma impressionante altura de 12 metros.

Os dinossauros também tinham as mais diversas formas de alimentação. Embora seja difícil confirmar com certeza a dieta específica de cada espécie, considera-se que eram herbívoros em sua maioria, embora também tenham existido igualmente vários dinossauros carnívoros, alguns dos quais predavam outros dinossauros, como é o caso do famoso Tyrannosaurus rex. Certas espécies, como o Baryonyx, se alimentavam também de peixes. Havia dinossauros que seguiam um regime alimentar onívoro, e muitos deles não rejeitavam comer carniça. Para mais detalhes, não perca o artigo sobre os tipos de dinossauros que existiram".

Embora essa diversidade de formas de vida tenha facilitado a colonização de todo o planeta durante a era Mesozóica, o império dos dinossauros chegou ao fim com os últimos golpes do período Cretáceo, há 66 milhões de anos.

Teorias sobre a extinção dos dinossauros

A extinção dos dinossauros é, para a paleontologia, um quebra-cabeças de mil peças e de difícil solução. Será que foi causada por um único fator determinante ou foi o resultado da desastrosa combinação de vários eventos? Foi um processo repentino e abrupto ou um processo gradual ao longo do tempo?

O principal obstáculo para explicar esse fenômeno misterioso é a natureza incompleta do registro fóssil: nem todos os espécimes são conservados no substrato terrestre, o que fornece uma ideia imperfeita da realidade da época. Mas, graças ao contínuo progresso tecnológico, novos dados foram revelados nas últimas décadas, o que nos permite propor respostas um pouco mais claras à questão de como os dinossauros foram extintos.

Quando os dinossauros foram extintos?

A datação por radioisótopos situa a extinção de dinossauros há aproximadamente 66 milhões de anos. Então, quando os dinossauros foram extintos? Durante o período Cretáceo tardio da era Mesozóica. Nosso planeta na época era um lugar de ambiente instável, com mudanças radicais na temperatura e no nível do mar. Essas condições climáticas em mudança puderam propiciar a perda de algumas espécies-chave nos ecossistemas da época, alterando as cadeias alimentares dos indivíduos que permaneceram.

Como os dinossauros foram extintos?

Assim estava o panorama quando as erupções vulcânicas das armadilhas de Deccan começaram na Índia, liberando gases de enxofre e carbono em grandes quantidades e promovendo o aquecimento global e a queda de chuva ácida.

Como se isso não bastasse, não demorou muito para que o principal suspeito da extinção dos dinossauros chegasse: há 66 milhões de anos, a Terra foi visitada por um asteróide de aproximadamente 10 km de diâmetro, que colidiu com a agora chamada Península de Iucatã no México e deixou como lembrança a cratera de Chicxulub, cuja extensão é de 180 quilômetros.

Mas essa enorme lacuna na superfície da Terra não foi a única coisa que o meteoro trouxe: a colisão brutal causou uma catástrofe sísmica que abalou a Terra. Além disso, a zona de impacto era rica em sulfatos e carbonatos, que foram liberados na atmosfera produzindo uma chuva ácida e destruindo temporariamente a camada de ozônio. Acredita-se também que a poeira levantada pelo cataclismo possa ter interposto uma camada de escuridão entre o Sol e a Terra, diminuindo a taxa de fotossíntese e danificando espécies de plantas. A deterioração das plantas teria implicado na ruína dos dinossauros herbívoros, que levariam os carnívoros junto com eles ao precipício da extinção. Assim, devido a formas de relevo e mudanças climáticas, os dinossauros não conseguiam se alimentar e, portanto, começaram a morrer.

Por que os dinossauros foram extintos?

As informações desenterradas até o momento deram origem a uma infinidade de teorias sobre a possível causa da extinção dos dinossauros, como você viu na seção anterior. Algumas pessoas atribuem mais importância ao impacto do meteorito como causa abrupta da extinção dos dinossauros; outros pensam que a flutuação ambiental e a intensa atividade vulcânica da época estimularam seu desaparecimento gradualmente. Os proponentes de uma hipótese híbrida também se destacam: essa teoria propõe que as condições climáticas e o vulcanismo raivoso alimentaram o lento declínio das populações de dinossauros, que já estavam em uma posição vulnerável quando o meteorito desferiu o golpe de misericórdia.

Então, o que causou a extinção dos dinossauros? Embora não possamos afirmar com certeza, a hipótese híbrida é a teoria mais apoiada, pois argumenta que havia vários fatores que levaram ao desaparecimento dos dinossauros durante o período Cretáceo tardio.

Animais que sobreviveram à extinção dos dinossauros

Embora a catástrofe que causou a extinção dos dinossauros tenha tido um impacto global, algumas espécies animais conseguiram sobreviver e se desenvolver após o cataclismo. É o caso de alguns grupos de pequenos mamíferos, como o Kimbetopsalis simmonsae, uma espécie cujos indivíduos são herbívoros que se parecem com um castor. Por que os dinossauros foram extintos e não os mamíferos? Isso se deve ao fato que, por serem menores, eles precisavam de menos comida e eram mais capazes de se adaptar ao novo ambiente.

Sobreviveram também certos insetos, caranguejos-ferradura e os ancestrais arcaicos dos atuais crocodilos, tartarugas marinhas e tubarões. Além disso, os amantes de dinossauros que estão aflitos pensando que nunca poderão ver um iguanodonte ou pterodátilo devem se lembrar que essas criaturas pré-históricas nunca desapareceram completamente - algumas ainda sobrevivem entre nós. De fato, é muito comum vê-las em um belo dia passeando no campo ou quando corremos pelas ruas de nossas cidades. Embora possa parecer incrível, estamos falando das aves.

Durante o período Jurássico, os dinossauros terópodos passaram por um longo processo de evolução, dando origem a diversas espécies de aves arcaicas que conviveram com o resto dos dinossauros. Quando ocorreu o hecatombe do Cretáceo, algumas dessas aves primitivas conseguiram sobreviver, evoluindo e se diversificando até chegar aos dias atuais.

Infelizmente, esses dinossauros modernos também agora estão em declínio, e é fácil identificar o motivo: trata-se do impacto humano. A destruição de seus habitats, a introdução de animais exóticos competidores, o aquecimento global, a caça e o envenenamento causaram o desaparecimento de um total de 182 espécies de aves desde 1500, enquanto cerca de 2000 outras sofrem algum grau de ameaça. Nossa inconsciência é o meteoro acelerado que paira sobre o planeta.

Dizem que estamos testemunhando a sexta grande extinção em massa ao vivo e a cores. Se queremos evitar o desaparecimento dos últimos dinossauros, precisamos lutar pela conservação das aves e reservar um alto grau de respeito e admiração pelos aeronautas emplumados com quem nos encontramos diariamente: os pombos, pegas e pardais que estamos acostumados a ver, carregam sobre seus frágeis ossos ocos um legado de gigantes.

O que aconteceu depois da extinção dos dinossauros?

O impacto do meteorito e do vulcanismo favoreceu a geração de fenômenos sísmicos e incêndios que potenciaram o aquecimento global. Mais tarde, porém, o surgimento de poeira e cinzas que escureceu a atmosfera e bloqueou a passagem dos raios solares produziu um resfriamento do planeta. Essa transição abrupta entre temperaturas extremas provocou a extinção de aproximadamente 75% das espécies que povoavam a Terra na época.

Ainda assim, não demorou muito para que a vida reaparecesse neste ambiente devastado. A camada de poeira atmosférica começou a se desintegrar, deixando a luz passar. Musgos e samambaias começaram a crescer nas áreas mais afetadas. Os habitats aquáticos, menos afetados, proliferaram. A escassa fauna que conseguiu sobreviver ao desastre se multiplicou, evoluiu e se espalhou pelo planeta. Após a quinta extinção em massa que devastou a biodiversidade da Terra, o mundo continuou girando.

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