Como é o comportamento dos gatos à noite

Como é o comportamento dos gatos à noite

É muito provável que você já tenha ouvido falar que os gatos são animais noturnos, talvez porque caminham pelas ruas de madrugada caçando presas ou porque os olhos dos gatos brilham no escuro. A verdade é que os gatos não são considerados animais diurnos, o que nos leva a pensar que, certamente, os gatos são noturnos e que preferem a escuridão à luz do dia.

Neste artigo do PeritoAnimal vamos te mostrar a prova científica definitiva que responde à pergunta como é o comportamento dos gatos à noite. Você deve saber que os gatos não são animais noturnos, na verdade são animais crepusculares. A seguir vamos aprofundar um pouco mais esse tema para poder entender o termo crepuscular e as nuances que essa declaração tem.

Gato é diurno ou noturno?

Os gatos domésticos, Felis silvestris catus, não são animais noturnos, como é o caso da coruja, o guaxinim e a jaguatirica, e sim são animais crepusculares. Mas o que isso significa? Os animais crepusculares são aqueles que se encontram mais ativos ao amanhecer e ao entardecer, já que é o momento do dia em que suas presas também estão ativas. No entanto, as presas podem aprender os padrões de atividade de seus predadores, razão pela qual às vezes ocorrem adaptações, o que significa uma mudança nos hábitos de determinadas espécies.

Existem muitos mamíferos crepusculares, como os hamsters, coelhos, furões ou gambás. No entanto, o termo crepuscular é bastante vago, já que muitos desses animais também são ativos durante o dia, o que pode causar confusão.

O fato dos gatos serem animais crepusculares explica por que os felinos domésticos dormem durante a maior parte do dia e tendem a acordar ao amanhecer ou ao entardecer. Da mesma forma, os gatos costumam se habituar aos horários de seus cuidadores. Eles preferem dormir quando estão sozinhos e permanecer mais ativos durante as horas de alimentação, por isso você poderá notar que pedem atenção nos momentos em que são alimentados.

Porém você deve lembrar que o Felis silvestris catus, apesar de ser um animal doméstico, é descendente de um ancestral comum que compartilha com diversos felinos selvagens, como o leão, o tigre ou o lince, animais que de fato são noturnos. Eles são considerados caçadores especializados e só precisam de algumas horas por dia para caçar. O resto do dia passam de forma relaxada, cochilando e descansando.

Por outro lado, considera-se que o comportamento dos gatos selvagens (gatos domésticos que não tiveram contato com pessoas e que passaram sua vida na rua) são completamente noturnos devido ao fato de suas presas (geralmente pequenos mamíferos) e outras fontes de alimento aparecem depois do anoitecer.

Os gatos selvagens dependem totalmente das presas para se alimentar, com exceção daqueles que são encontrados em colônias, por isso mostram mais padrões noturnos do que os gatos domésticos, mesmo aqueles que podem sair da casa livremente. [1] Também adotam esses padrões de comportamento noturno para evitar o ser humano.

Comportamento dos gatos

Diz-se que os gatos domésticos são os animais mais crepusculares entre todos os felinos, já que adaptaram ao máximo sua natureza predatória. Esses felinos evitam gastar sua energia durante as horas mais quentes do dia, quando há muita presença da luz do dia, e se aconchegam durante as noites mais frias, especialmente no inverno, para ter um pico de atividade mais alto durante o crepúsculo.

Os gatos dormem cerca de 16 horas por dia, mas no caso dos gatos idosos podem chegar a dormir até 20 horas diárias. Você alguma vez já se perguntou porque o gato me acorda de madrugada? Embora existam várias razões, o fato de serem animais crepusculares também entra em jogo e explica por que o gato fica mais ativo e nervoso durante a noite.

A maioria dos gatos domésticos estão acostumados a viver dentro de casas, por isso podem dormir 70% do tempo. O pico de atividade, por sua vez, representa uns 3% de seu tempo, em comparação aos gatos selvagens, em que é de 14%. Isso tem a ver com o comportamento de caça, pois esses felinos silvestres precisam dedicar mais tempo ao deslocamento, à busca por presas e ao abate.

No entanto, deve-se levar em conta que nem todos os gatos domésticos têm os mesmo hábitos, já que sua educação e a rotina influenciam nos padrões de sono. Não é raro observar que o gato mia à noite e acorda seus donos. Isso acontece porque o padrão de sono mudou, e ele precisa gastar energia nessas horas. Ainda assim, não deve descartar a possibilidade de uma doença, por isso se o comportamento dos gatos à noite está acompanhado de outros comportamentos anormais, você deve visitar um veterinário.

Conheça as doenças mais comuns nos gatos nesse artigo do PeritoAnimal.

Como os gatos enxergam

Então, como os gatos enxergam à noite? É verdade que os gatos enxergam na escuridão total? É possível que você já tenha visto um tom verde brilhante nos olhos de um gato à noite, algo que conhecemos como tapetum lucidum [2], e que consiste em uma camada localizada atrás da retina, que reflete a luz que entra no olho, aproveitando melhor a luz no ambiente e ajudando a melhorar a visibilidade do felino. Esse fator é que explica porque os gatos têm melhor visão noturna.

A verdade é que, se você buscar mais informações sobre a visão dos gatos, descobrirá que os felinos não podem ver na escuridão total, mas eles têm uma visão muito melhor do que a dos humanos, sendo capazes de enxergar com apenas 1/6 da luz que um humano precisa para enxergar corretamente. Eles possuem de 6 a 8 vezes mais bastonetes que nós.

Saiba porque olho de gato brilha no escuro nesse artigo do PeritoAnimal.

Se deseja ler mais artigos parecidos a Como é o comportamento dos gatos à noite, recomendamos-lhe que entre na nossa seção de Curiosidades do mundo animal.

Referências
  1. Sarah Zielinski, The Secret Lives of Feral Cats, Free-roaming, unowned kitties live differently from our beloved pets, SMITHSONIAN - Disponible en: https://www.smithsonianmag.com/science-nature/the-secret-lives-of-feral-cats-179790776/
  2. Bernstein, Maurice H., and Daniel C. Pease. "Electron microscopy of the tapetum lucidum of the cat." The Journal of Cell Biology 5.1 (1959): 35-39.