Cauda equina em cães - Sintomas e tratamento

Cauda equina em cães - Sintomas e tratamento

A síndrome da cauda equina ou estenose lombossacra nos cachorros, consiste em um transtorno degenerativo artrósico ou secundário provocado por diversas causas, nas quais a articulação lombossacral se estreita, causando compressão nas raízes nervosas da região final da medula espinhal. Devido à sua natureza degenerativa, é mais frequente nos cachorros de idade avançada, embora não seja exclusiva deles.

É importante diagnosticar o quanto antes e prestar atenção aos sinais indicativos do processo, como a recusa de fazer longos passeios, saltos, dores nas costas ou se observamos o cachorro mancando, pois quando a doença progride pode causar incontinência urinária e fecal, e pode ser muito tarde para salvar nosso amigo peludo. Continue lendo este artigo do PeritoAnimal para conhecer mais sobre a cauda equina em cães, seus sintomas, diagnóstico e tratamento.

O que é a cauda equina em cães

A cauda equina, também chamada cauda de cavalo ou estenose lombossacra, consiste em um processo degenerativo que afeta a articulação lombossacral, entre a última vértebra lombar (L7) e o sacro, na região do início da cauda do cachorro. Nessa área, a medula espinhal passa de oblonga (ou bulbo) para uma espécie de ramificação em vassoura ou cauda de cavalo que se estende pelo sacro.

O processo degenerativo causa uma instabilidade na área com estreitamento e compressão das raízes nervosas, o que causa muita dor ao cachorro, bem como dificuldade de movimento, também pode levar a uma hérnia de disco. Os nervos afetados são aqueles que transmitem e recebem informações de alguns órgãos próximos e das patas traseiras do cachorro.

Causas da cauda equina em cães

A origem da cauda equina canina é muito diversa, embora geralmente seja uma consequência da artrose devido ao processo degenerativo da passagem dos anos. Também pode surgir como consequência das seguintes causas:

  • Luxação vertebral.
  • Infecção vertebral.
  • Tumor vertebral.
  • Tumor nos nervos.
  • Traumatismos na área.
  • Fratura vertebral.
  • Anomalias congênitas (espinha bífida, hemi-vértebras).
  • Espondilose.
  • Displasia do quadril.
  • Hérnia do último disco intervertebral.

Predisposição genética da cauda equina

A cauda equina é mais frequente em cães mais velhos por ser um processo do tipo artrítico-degenerativo, e de raças de médio a grande porte, como:

  • Pastor alemão.
  • Rottweiler.
  • Labrador retriever.
  • Golden retriever.
  • Dogo.
  • Boxer.

No entanto, os cachorros de raças de pequeno porte (como bulldog ou dachshund) e e cães de qualquer idade também pode sofrer de cauda equina.

Sintomas da cauda equina em cães

Os sintomas da cauda equina em cães podem ser muito amplos, além de apresentar sinais clínicos inespecíficos, tais como intolerância ou redução dos exercícios, apatia, se recusa a dar longas caminhadas, nervosismo ou agressividade, geralmente apresentam os seguintes sinais clínicos ortopédicos-traumatológicos:

  • Dor lombar (lombalgia).
  • Cachorro mancando
  • Dor ao caminhar.
  • Os machos evitam "levantar a pata" quando urinam.
  • Recusam abanar a cauda com força.
  • Fraqueza ou paralisia da cauda e da área pélvica.
  • Atrofia muscular.
  • Dificuldade para se levantar quando estão deitados.
  • Alteração nos reflexos das patas traseiras.
  • Incontinência urinária.
  • Incontinência fecal.
  • Arrastar as unhas ao andar.

Diagnóstico da cauda equina canina

O diagnóstico da cauda equina em cães pode ser um desafio. Para começar, a maioria dos cachorros que sofrem dessa doença são mais velhos e os cuidadores atribuem à artrose típica da idade, não se manifestando até quando a doença está tão desenvolvida que há muita dor e até incontinência urinária e fecal.

Portanto, é fundamental ir ao veterinário assim que nosso cachorro mostre algum sintoma de desconforto, pois são muitas doenças que apresentam sintoma parecidos e um diagnóstico precoce pode fazer a diferença.

Tratamento da cauda equina em cães

O tratamento da cauda equina canina irá variar de acordo com sua gravidade e se pode ou não restabelecer a funcionalidade ao animal, de modo que a terapia pode ser médica, cirúrgica ou paliativa.

Tratamento médico da cauda equina

A fim de controlar a progressão e solucionar algumas origens da cauda equina em cães, será utilizada a seguinte terapia médica:

  • Medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos para aliviar o processo inflamatório e doloroso.
  • Condroprotetores e vitaminas do grupo B para controlar a progressão da artrose primária ou secundária.
  • Antibióticos se a cauda equina for consequência de um processo infeccioso.
  • Quimioterapia se a origem for tumoral.
  • O repouso total ou parcial poderá ser necessário.

Tratamento cirúrgico da cauda equina em cães

Quando o tratamento médico não é suficiente ou quando produz uma hérnia, uma intervenção cirúrgica chamada laminectomia dorsal deve ser realizada.

Na operação, é aberto por L7-S1 para descomprimir a medula espinhal da área, utilizando um flushing de ringer com lactato e limpando os orifícios e o canal se o disco tiver prolapsado.

Nos casos de luxações ou fraturas, devem ser tratados com operações específicas para cada caso.

Tratamento paliativo da cauda equina em cachorros

Quando o tratamento cirúrgico não é indicado ou não se espera que a função seja recuperada, devem ser usados complementos estruturais ou arneses a fim de melhorar a qualidade de vida do cachorro.

Estes três tipos de tratamento podem ser complementados com fisioterapia e reabilitação e técnicas de eletroacunputura e acupuntura para melhorar ainda mais a condição do cachorro afetado.

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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Bibliografia
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  • L. Tarragó. Cauda equina, cola de caballo, síndrome de compresión o inestabilidad lumbosacra. Disponível em: <http://www.traumatologiaveterinaria.com/index.php?web=divulgacion/053_15.php>. Acesso em 6 de maio de 2021.