Calicivirose felina - Sintomas e tratamento

Calicivirose felina - Sintomas e tratamento

A calicivirose felina é uma doença viral comum que afeta gatos, causada pelo calicivírus felino. Os sintomas variam de febre e espirros a úlceras na boca e patas, o que pode ser preocupante para os tutores de gatos. É fundamental entender os detalhes dessa doença para garantir a saúde do animal de estimação.

Neste artigo do PeritoAnimal, vamos discutir as causas, sintomas, tratamento e prevenção da calicivirose felina, trazendo informações importantes para quem cuida de um gato. Boa leitura!

O que é o calicivírus felino?

O calicivírus felino é o nome do vírus responsável por uma doença infecciosa felina que, devido à facilidade de transmissão, é relativamente frequente em gatos, principalmente em coletividades, como colônias de rua, criadouros ou associações protetoras. O fato de ser mais comum em gatos nessas circunstâncias não significa que não possa ocorrer em gatos que vivem como único animal de estimação em casa. Além disso, gatinhos e animais com o sistema imunológico enfraquecido por alguma razão correm maior risco de infecção.

Em poucas palavras, essa doença pode ser definida como um resfriado ou gripe, de fato, é muito semelhante à rinotraqueíte felina causada pelo herpesvírus. No entanto, é importante destacar alguns aspectos-chave:

  • Embora em alguns animais os sintomas sejam leves, em outros podem ocorrer complicações graves, e algumas cepas são extremamente virulentas. Desde o ano 2000, fala-se em calicivírus virulento sistêmico. O vírus tem grande capacidade de mutação e é em uma dessas mutações que adquire essa hipervirulência.
  • As mutações permitem que um mesmo gato possa passar várias vezes pela doença.
  • Alguns gatos são portadores que, embora permaneçam assintomáticos, podem ser contagiosos, eliminando o vírus na saliva e nas secreções nasais e oculares, mesmo por anos ou até a vida inteira. Não se sabe quanto tempo os gatos que superam o calicivírus virulento sistêmico podem eliminar o vírus.

Como o gato pega a calicivirose felina?

O calicivírus felino é transmitido através do contato direto com um gato doente ou portador do vírus, bem como com objetos contaminados, especialmente com saliva, que é a principal forma de transmissão. O vírus entra no organismo através dos olhos, nariz ou boca.

Portanto, viver em estreita proximidade com outros animais, compartilhar objetos como tigelas ou brinquedos, ou estar em espaços potencialmente contaminados com o vírus, incluindo a caixa de areia, é a origem da doença. O vírus é capaz de sobreviver por vários meses se não for desinfetado. É possível que nós mesmos possamos carregar o vírus e introduzi-lo em nossa casa.

Calicivirose felina passa para humanos?

Por outro lado, é importante saber que este é um vírus exclusivamente felino. Isso significa que, por mais contagioso que seja, a transmissão só é possível entre gatos. Nem as pessoas nem outros animais domésticos que convivem com o gato, mesmo em contato próximo, vão contrair o calicivírus.

Sintomas da calicivirose felina

A seguir, vamos apresentar os sinais clínicos mais frequentes que podemos identificar em um gato doente por calicivírus. Eles aparecerão nos 2-10 dias seguintes ao contágio. São os seguintes:

  • Secreção nasal.
  • Dificuldades respiratórias.
  • Secreção ocular.
  • Conjuntivite e até mesmo úlceras.
  • Feridas na cavidade bucal e no nariz.
  • Gengivite e estomatite.
  • Hipersalivação.
  • Espirros.
  • Febre.
  • Abatimento.
  • Perda de apetite.
  • Desidratação.
  • Pneumonia.

Em alguns casos, também podem aparecer desconfortos nas articulações e o gato com calicivirose felina pode mancar. A sintomatologia do gato doente pode ser muito leve ou, ao contrário, agravar-se. Um animal que não respira bem, apresenta feridas dolorosas na boca e tem febre, acaba por deixar de comer e beber, o que, por sua vez, piora a situação ao provocar desidratação. Se o gato não receber assistência, ele pode morrer.

Felizmente, boa parte dos gatos com calicivírus felino consegue se recuperar da doença, embora seja habitual que requeiram tratamento veterinário e é preciso ter em conta que podem continuar contagiando durante várias semanas, mesmo anos no caso dos portadores assintomáticos. Além disso, o calicivírus virulento sistêmico é capaz de causar a morte de uma porcentagem elevada de gatos em um curto espaço de tempo. Nestes casos, a doença costuma manifestar-se de forma aguda e apresentar outros sintomas como:

  • Edemas.
  • Vasculite.
  • Afeção de diferentes órgãos.
  • Diarréia.
  • Hemorragias.
  • Icterícia.
  • Efusão pleural.
  • Coagulação intravascular disseminada.

É imprescindível procurar imediatamente o veterinário em caso de identificar qualquer um dos sintomas da calicivirose felina aqui descritos.

Como diagnosticar o calicivírus felino?

O diagnóstico da calicivirose felina é geralmente feito pelo veterinário com base nos sintomas do gato. Embora possa ser confundida com rinotraqueíte, se forem encontradas úlceras na boca, a doença é atribuída ao calicivírus. O veterinário solicitará informações sobre o gato e realizará um exame geral. Nos casos mais graves, o sangue pode ser retirado para se ter uma visão geral da situação clínica. Além disso, nos casos em que é necessário ter certeza se é ou não calicivírus, é possível colher uma amostra da mucosa oral para enviar a um laboratório que possa identificar o vírus. Há também testes de calicivírus que determinam os anticorpos.

Tratamento para a calicivirose felina

Como vimos, o calicivírus felino tem cura, embora o gato possa permanecer como portador do vírus. Não há um remédio para ele, mas sim um tratamento de suporte direcionado a melhorar o estado do gato e controlar os sintomas enquanto seu sistema imunológico luta contra o vírus. Assim, o tratamento depende dos sinais que o gato apresenta e sua gravidade.

Normalmente, são prescritos antibióticos para evitar a ocorrência de infecções bacterianas oportunísticas, analgésicos ou anti-inflamatórios, colírios, antivirais, etc. Além disso, precisamos garantir que o gato coma e beba. Podemos incentivá-lo oferecendo sua comida favorita ou algum alimento úmido. Existem alimentos especialmente formulados para animais doentes que podem ser diluídos em água para administração por meio de uma seringa. Aquecer a comida ajuda o gato a cheirá-la, mas é preciso tomar cuidado para não queimar antes de oferecer.

Também devemos manter as narinas e o rosto limpos, pois as secreções nasais e oculares podem ser muito abundantes. Basta passar uma gaze umedecida em soro fisiológico, que pode ser morno, 3-4 vezes ao dia.

Por outro lado, seria conveniente manter o gato isolado se convive com outros, disponibilizar comedouro, bebedouro e caixa de areia para seu uso exclusivo e não deixá-lo sair para o exterior se tiver acesso. Nos casos mais graves, o gato pode precisar ser hospitalizado para receber fluidoterapia e medicação intravenosa.

É importante saber que existe vacina contra o calicivírus felino, mas serve como medida preventiva, não faz parte do tratamento. Ou seja, uma vez que o gato está doente, a vacina não o curará. Ela deve ser administrada de acordo com o calendário de vacinações estabelecido pelo veterinário.

Remédios caseiros para a calicivirose felina

Assim como não há um tratamento veterinário específico para o calicivírus, também não há um tratamento caseiro. Sabemos que é o sistema imunológico do gato que precisa reagir para controlar o vírus. Por isso, o que podemos fazer em casa, além das orientações de higiene e alimentação e do acompanhamento do tratamento prescrito pelo veterinário, é ajudar a fortalecê-lo.

Para isso, os melhores remédios caseiros para a calicivirose felina é não fazer nada além de:

  • Oferecer cuidados básicos ao bichano
  • Dar alimentos de alta qualidade
  • Mantê-lo em um ambiente livre de estresse
  • Fornecer-lhe um espaço confortável e quente para se recuperar.

Qualquer suplemento vitamínico ou complemento que desejamos dar ao nosso gato pelo seu potencial efeito benéfico para sua doença ou sistema imunológico deve ser consultado com o veterinário.

Como prevenir a calicivirose felina

A medida principal na prevenção da calicivirose felina é a vacinação. Por isso, é recomendado seguir o calendário de vacinação proposto pelo nosso veterinário de confiança, independentemente de o gato ter ou não acesso ao exterior.

A vacina contra o calicivírus felino pode ser administrada nos primeiros meses de vida e deve ser repetida anualmente. Nada pode evitar completamente a contração do vírus, mas a vacina protege o suficiente para que a maioria dos gatos não desenvolva a doença ou a faça de forma leve.

Além disso, se você vive com gatos e leva um novo para casa, terá que mantê-lo em quarentena ou realizar testes para garantir que ele não esteja portando nenhuma doença potencialmente contagiosa. Evite que compartilhem utensílios e desinfete-os regularmente. Se for o caso, atenda primeiro aos gatos saudáveis e, por último, ao doente. Ao terminar, troque de roupa e lave bem as mãos e o rosto. Uma boa higiene, uma boa gestão dos felinos e a vacinação são as chaves da prevenção.

Neste outro artigo detalhamos quais vacinas os gatos devem tomar durante a vida.

Agora que você já sabe os sintomas e tratamentos para a calicivirose felina, não perca o vídeo a seguir no qual listamos as 10 doenças mais comuns nos gatos:

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

Se deseja ler mais artigos parecidos a Calicivirose felina - Sintomas e tratamento, recomendamos-lhe que entre na nossa seção de Doenças virais.

Bibliografia

Palmero, M. Luisa. Calicivirus Virulento Sistémico. Gattos Centro Clínico Felino.