Os cachorros foram privilegiados na interação com o homem, existindo muitos deles nas propriedades dos tempos modernos e eram considerados cães de utilidade quando exerciam funções como a guarda das casas. Eles também ajudavam em outras tarefas como acompanhar tropeiros, agricultores e açougueiros e puxavam pequenas carroças. Os cães considerados de estimação recebiam mais afeto e uma condição melhor de vida. Com o passar do tempo e a alteração na estrutura familiar, a ligação entre homens e animais tornou-se mais estreita, considerando atualmente o cão como um membro da família.
Nos dias de hoje, os cães exercem várias funções na sociedade: são companheiros no cotidiano, detectam narcóticos e explosivos, auxiliam pessoas com deficiência visual e auditiva, identificam sinais prévios de convulsão em pessoas epilépticas, realizam resgates, dentre outras tarefas. A afinidade é tão grande entre cães e pessoas que passamos a acreditar que eles possam sentir quando seu dono está doente ou vai morrer. Mas será que isso acontece mesmo? Neste artigo do PeritoAnimal falaremos sobre essa relação tão intensa entre pessoas e cachorros e se cachorro sente quando o dono vai morrer. Boa leitura!
O que o cachorro sente quando o dono está morrendo?
O cachorro sente que algo está acontecendo com seu tutor e que ele pode estar morrendo. Mas ele não entende toda a situação, ele apenas detecta odores exalados pelo corpo que está morrendo. Considerando que o olfato do cão é dez mil vezes mais potente que o dos humanos, eles podem sentir o odor de mudanças bioquímicas no corpo de uma pessoa que está em fase terminal, assim como de outros animais na mesma situação.
O odor diferente pode ser causado por alterações causadas por bactérias, vírus ou pela própria alteração dos órgãos do doente. Para as pessoas, esses odores são imperceptíveis, pois enquanto o ser humano possui seis milhões de receptores no nariz, os cães contam com trezentos milhões. Além disso, eles ainda percebem alterações na postura da pessoa, tensão muscular e expressão corporal.
O cachorro sente quando algo vai acontecer?
Sim, o cachorro pode sentir quando algo vai acontecer, principalmente com a ajuda de seu olfato apurado. Atualmente, cães têm sido utilizados para auxílio em diagnóstico de doenças como o câncer, sendo um método menos invasivo para o paciente.
O câncer tem sido a base para se detectar ou diferenciar esses odores através de caninos, sendo os mais comuns os de bexiga, pulmão, mama, ovário, próstata e o melanoma da pele. Alguns cães são especificamente treinados para auxiliar pessoas com epilepsia, sentindo odores e detectando quando uma crise convulsiva acontecerá.
Além disso, os cães são animais muito atentos ao ambiente, com olfato e audição muito desenvolvidos. Por esse motivo, podem sentir alterações sutis no comportamento de seus tutores ou mesmo em odores exalados por eles ou no ambiente, resgatando lembranças boas ou ruins e sentindo que algo pode vir a acontecer.
Isso não quer dizer que todo cachorro terá essa capacidade de detecção desenvolvida ou que os que a possuem são dotados de superpoderes. Isso é apenas resultado dos sentidos aguçados característicos dos cães, como a audição e o olfato. Treinamentos específicos podem ajudá-los a desenvolver mais ainda essa capacidade.
O que significa quando o cachorro fica muito perto do dono?
Alguns cachorros são bem apegados aos seus tutores, ficando sempre juntos, o máximo que podem. Isso acontece porque eles recebem carinho e proteção, sentindo-se seguros. Além disso, a pessoa também se beneficia do carinho fornecido pelo animal e pela companhia que ele lhe faz, sendo uma troca de afetos.
Esse apego pode ser muito bom, mas alguns cães podem desenvolver ansiedade quando separados de seus tutores. A síndrome de ansiedade por separação é um distúrbio comportamental bastante comum na atualidade, originado a partir de múltiplos fatores causais relacionados ao animal, ao tutor e ao ambiente em que os cães e gatos estão inseridos. O tratamento é feito com a conscientização do tutor sobre o comportamento do cachorro, com adestramento progressivo, além do uso de medicação em casos mais graves.
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- Bianco, C.A. A relação simbólica entre o homem e seu cachorro de estimação: uma abordagem junguiana. Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2012. Disponível em https://sapientia.pucsp.br/bitstream/handle/28490/1/CAMILA%20ALKMIM%20BIANCO%20-TCC.pdf. Acesso em 19 de setembro de 2025.
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