As raças de cachorros mais antigas do mundo segundo estudos científicos

As raças de cachorros mais antigas do mundo segundo estudos científicos

Estima-se que o homem e o cachorro convivem há 2000 ou 3000 anos. Entretanto, a relação entre cachorro e homem é muito mais antiga. Ainda que as fontes históricas não ofereçam uma data precisa, permitem supor que o processo de domesticação começou há mais de 20.000 anos.

Muitas das raças de cachorros populares na atualidade são cachorros antigos, que surgem a partir dos séculos XVIII e XIX, como o pastor alemão e o boxer. Surpreendentemente, algumas raças sobreviveram milhares de anos e evoluíram junto a humanidade, mantendo certas características originárias em sua aparência e personalidade. Hoje, o PeritoAnimal te convida a conhecer as raças de cachorros mais antigas do mundo segundo estudos científicos e saber um pouco mais sobre suas origens.

Raças caninas antigas: características compartilhadas

As raças de cachorro mais antigas do mundo compartilham algumas similaridades em sua constituição física e também em sua personalidade. Como podemos observar, tratam-se de cachorros com corpos fortes, de musculatura bem desenvolvida, mas compactos e resistentes, nos quais predominam as pelagens com tonalidades avermelhadas, pardo ou areia.

A respeito da personalidade podem ser cachorros inteligentes, ativos e muito independentes. Estas raças mostram uma grande facilidade de aprendizagem e preferem tomar decisões por sua própria conta, isto é, têm grande autonomia. Além do mais, costumam possuir sentidos muito aguçados e comportamentos instintivos bem marcados, como a caça ou a proteção de recursos e do território.

Como animal de companhia podem ser excelentes. Entretanto, deve-se prestar muita atenção ao adestramento e à socialização para prevenir o desenvolvimento de problemas de conduta.

Raça de cachorro mais antiga do mundo: o basenji

Basenji é considerada a raça de cachorro mais antiga do mundo segundo um estudo científico que compara análises genômicas de 161 raças de cachorros atuais[1]. Estima-se que suas origens começam no continente africano, onde foram utilizados para caça e rastreio das presas. Sua imagem já era retratada em algumas tumbas egípcias que se localizavam perto desta região.

Esta raça ganhou popularidade nos últimos anos por algumas peculiaridades inerentes a sua natureza, por exemplo, este cachorro não emite som característico do latido canino, mas, sim, um ruído muito particular que se assemelha a uma risada. Por isso, estão entre as raças de cães que latem pouco. Além do mais, costumam assear-se de forma muito parecida aos felinos e não são muito amigos da água.

Saluki

Saluki é considerada a segunda raça de cachorro mais antiga do mundo e sua origem situa-se no ano de 685 a.C., durante a dinastia Tang. Este cachorro mostra um perfil único. Suas antigas funções consistiam na caça de lebres e na proteção das casas.

Mastim tibetano

O mastim tibetano é considerado o antecessor de todas as raças dos cachorros mastins e sua origem remonta aos anos entre 384 e 322 a.C. É um cachorro poderoso, musculoso e com pelagem densa, que acentua, assim, seu grande porte. Tem sido desde os tempos imemoráveis um cachorro destinado à guarda de rebanhos e à proteção de monastérios tibetanos.

Husky siberiano

Os cachorros husky siberiano acompanhavam a tribo originária Chukchi, que habitava o frio território onde hoje se encontra a Sibéria. A princípio foram utilizados como cachorros de trabalho e de guarda, exercendo funções de pastoreio, puxando trenós e protegendo seu território dos invasores.

A fortaleza inerente a um husky siberiano é explicada por suas origens. Nas condições extremas do território russo, somente conseguiam sobreviver os cachorros mais resistentes e melhor adaptados. Foi justamente graças à dedicação e às habilidades destes cachorros que os povoados originários russos puderam sobreviver em um território inóspito, seja pelo clima ou pela natureza selvagem.

Gronlandshund ou cão-da-Groenlândia

O gronlandshund é uma das raças de cachorros mais antigas do mundo. Estima-se que chegou à Groenlândia com os esquimós e acredita-se que seu parente mais próximo é o cão esquimó canadense. Antigamente era utilizado como cachorro caçador para puxar trenó.

Malamute-do-Alasca

O malamute-do-Alasca é uma das raças mais antigas e melhor adaptadas ao frio. Assim como o cão-da-Groenlândia, ele era utilizado para puxar trenós e para a caça. É um cachorro grande, robusto e com uma grande capacidade física.

Shiba inu

Outro dos cachorros antigos é o shiba inu, uma das raças caninas mais populares atualmente, devido ao seu adorável aspecto. É de origem japonesa e foram encontradas possíveis representações dele que datam de 500 d.C., ainda que hoje em dia existam controvérsias sobre sua origem, já que fontes sugerem que poderiam ser uma raça chinesa ou coreana.

Akita inu

O akita inu ganhou muita popularidade no último século, mas suas origens remetem à secular e tradicional cultura japonesa. São cachorros muito fortes e resistentes, com grande capacidade de adaptação ao frio e comportamentos instintivos bem marcados. Foram historicamente empregados na caça de animais selvagens, mas também desempenhavam funções de guarda e defesa das casas.

Shar pei

O shar pei apaixona graças a sua aparência terna, entretanto, estes cachorros se destacam por suas habilidades de caça e pastoreio. Além do mais, são bastante independentes e têm uma personalidade muito marcada.

Atualmente, se descobriram vestígios de sua existência no século III a.C., em objetos de cerâmicas pintados na China antiga. Ele era um fiel aliado dos fazendeiros na proteção de suas terras frente a predadores e ameaças naturais.

Chow chow

Muita gente vê os chow chow como "cachorros de pelúcia". Ainda que sua pelagem e sua língua azul sejam verdadeiramente curiosas e adoráveis, estes cachorros estão longe de serem vulneráveis como bonecos.

Suas origens encontram-se no ancestral território chinês, onde foram historicamente empregados na proteção de templos sagrados e de casas, bem como para ajudar os homens na caça. Assim como o husky siberiano, a sobrevivência do chow chow é uma prova viva de sua resistência física e capacidade de adaptação às diversidades climáticas e naturais.

Eurasier

O eurasier é uma raça canina de origem alemã muito mais antiga do que se acredita. Não foi até 1960 quando começou a sua popularidade. Um cachorro de personalidade equilibrada, alerta e algo independente.

Samoieda

A samoieda se expandiu e conquistou admiradores em todo o mundo, só a partir do século XVIII, mas suas origens remetem às tribos originárias Samoiedos, que habitaram a Rússia e a Sibéria.

Sua aparência e caráter revelam traços genéticos similares ao seu "compatriota", o husky siberiano, mas se destacam e se diferenciam por sua comprida pelagem totalmente branca. São cachorros fortes, resistentes, perfeitamente adaptados ao frio e à intempérie e muito independentes. Historicamente, foram empregados em trabalhos de pastoreio, caça e para puxar trenós.

Spitz finlandês

O spitz filandês é uma raça canina endêmica da Finlândia que era utilizada para a caça de pequenos animais, principalmente roedores. Na Finlândia é considerado um excelente cachorro caçador e é considerado tradicional do país.

Spaniel japonês

Ainda que receba este nome, considera-se que o spaniel japonês é uma raça endêmica da China. Trata-se de um cachorro independente, inteligente e muito alerta.

Spaniel tibetano

De origem chinesa, o spaniel tibetano é um cachorro popular nos monastérios dos monges tibetanos, os quais acredita-se que eram utilizados para fazer girar moinhos de orações. Não se sabe com exatidão tudo sobre sua origem, mas, sim, que se tratam de cachorros algo reservados e alertas.

Pequinês

Como você pode perceber, o pequinês é fisicamente diferente das raças de cachorro antigo mencionadas anteriormente. Sua personalidade explica porque conseguiu sobreviver tantos séculos junto à humanidade. Estes pequenos peludos são donos de uma enorme valentia e grande capacidade de adaptação.

Originários de Pequim (China), descendem diretamente dos cachorros lanudos do Tibete e herdaram deles uma genética muito resistente. Na atualidade, os primeiros relatos conhecidos de sua existência datam do século VIII d.C., quando reinava a dinastia Tang. O pequinês foi tão apreciado como cachorro de companhia que chegou a ser mascote oficial da família imperial da China.

Lhasa apso

O lhasa apso recebe esse nome em homenagem à cidade Lhasa, que é sagrada para o povo do Tibete. Estes pequenos peludos já eram adorados pelo povo tibetano no ano de 800 a.C., mas nesta época acompanhavam apenas a nobreza e os monges. Apesar de seu pequeno tamanho é um cachorro muito valente e resistente, que está adaptado a uma grande amplitude térmica.

Shih-tzu

Atualmente, o shih-tzu é uma das raças mais queridas em todo o mundo, seja por sua encantadora aparência ou por seu amável temperamento. Não obstante, este pequeno peludo é originário da China e seu nome significa literalmente leão, em homenagem a sua longa pelagem que não deixa de crescer durante toda sua vida.

Se deseja ler mais artigos parecidos a As raças de cachorros mais antigas do mundo segundo estudos científicos, recomendamos-lhe que entre na nossa seção de Curiosidades do mundo animal.

Referências
  1. Heidi G. Parker, Dayna L. Dreger, Maud Rimbault, Brian W. Davis, Alexandra B. Mullen, Gretchen Carpintero-Ramirez, Elaine A. Ostrander. Cell Reports. Genomic Analyses Reveal the Influence of Geographic Origin, Migration, and Hybridization on Modern Dog Breed Development.