Animais da Europa

Animais da Europa

O continente europeu é composto por diversos países nos quais vive um grande número de espécies, considerando que existem animais endêmicos da Europa distribuídos numa importante variedade de habitats diferentes. Ao longo do tempo, o desenvolvimento de processos naturais aliado ao impacto causado pelo ser humano causou uma diminuição dos animais nativos da Europa, fazendo com que a biodiversidade atual não seja a mesma de séculos atrás. Os limites deste continente às vezes são imprecisos, uma vez que existem até especialistas que falam de um supercontinente euroasiático. No entanto, podemos estabelecer que a Europa é limitada pelo oceano Ártico ao norte, pelo Mediterrâneo ao sul, pelo Atlântico a oeste e pela Ásia a leste.

Neste artigo do PeritoAnimal, vamos te apresentar uma lista de animais da Europa. Continue lendo para saber mais sobre eles!

Bacalhau-do-atlântico

O bacalhau-do-atlântico (Gadus morhua) é um peixe altamente comercializado para consumo no continente. Embora seja uma espécie migratória, assim como outras do grupo, ela é nativa da Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Irlanda, Lituânia, Noruega, Polônia, Rússia, Reino Unido, entre outros países. Geralmente transita em águas frias, perto de 1ºC, embora possa tolerar áreas com certas temperaturas mais altas.

Ao nascer, sua alimentação é baseada em fitoplâncton. No entanto, na fase juvenil, eles se alimentam de crustáceos de menor tamanho. Uma vez que atingem a idade adulta, desempenham um papel predatório superior, alimentando-se de outros tipos de peixes. Um bacalhau adulto pode atingir 100 kg e chegar a medir 2 metros. Apesar de fazer parte da lista de animais ameaçados de extinção na categoria pouco preocupante, há alertas de super exploração da espécie.

Torda-mergulheira

A torda-mergulheira (Alca torda) é uma espécie de ave marinha, a única em seu gênero. Normalmente não ultrapassa os 45 cm de comprimento, com uma envergadura de asas de cerca de 70 cm. Possui um bico grosso, a coloração é uma combinação de preto e branco, e os padrões dessas cores variam de acordo com a época reprodutiva.

Embora seja uma ave com comportamentos migratórios, é nativa da Europa. Alguns dos países das quais é originária são a Dinamarca, Estônia, França, Alemanha, Gibraltar, Suécia e Reino Unido. Vive em áreas de falésias, mas passa a maior parte do tempo na água. É na verdade uma ave que consegue mergulhar com eficiência, atingindo profundidades de até 120 m. Em relação ao risco de extinção, seu estado atual é vulnerável, devido às mudanças climáticas que afetam a espécie de maneira significativa.

Bisão-europeu

O bisão-europeu (Bison bonasus) é considerado o maior mamífero da Europa. É um bovídeo da família das cabras, touros, ovelhas e antílopes. É um animal robusto com uma pelagem escura, que é mais abundante na cabeça e no pescoço. Tanto os machos quanto as fêmeas têm cornos de cerca de 50 cm.

O bisão-europeu é nativo de países como Bielorrússia, Bulgária, Alemanha, Letônia, Lituânia, Polônia, Romênia, Rússia, Eslováquia e Ucrânia. Eles foram introduzidos em habitats florestais, mas preferem espaços abertos, como prados, vales de rios e terras agrícolas abandonadas. Alimentam-se preferencialmente de vegetação não herbácea, que digerem melhor. Seu status atual é quase ameaçado de extinção, devido à baixa diversidade genética que afeta o tamanho das populações. A fragmentação das populações, algumas doenças da espécie e a caça furtiva também reduzem significativamente o número de indivíduos destes animais da Europa.

Esquilo-terrestre-europeu

O esquilo-terrestre-europeu (Spermophilus citellus) é um roedor da família dos esquilos, chamada Sciuridae. Pesa cerca de 300 gramas e mede aproximadamente 20 cm. É um animal diurno, que vive em grupos e se alimenta de sementes, brotos, raízes e invertebrados.

O esquilo-terrestre-europeu é nativo da Áustria, Bulgária, República Tcheca, Grécia, Hungria, Moldávia, Romênia, Sérvia, Eslováquia, Turquia e Ucrânia. Seu habitat é bastante específico, limitado a estepes de pastos curtos e até áreas de grama plantada, como campos de golfe e quadras esportivas. Precisa de solos bem drenados e leves para construir suas tocas. Esta espécie está em perigo de extinção, principalmente devido às transformações no solo dos ecossistemas em que habita.

Toupeira-da-água-dos-pirinéus

A toupeira-da-água-dos-pirinéus (Galemys pyrenaicus) pertence à família Talpidae, que compartilha com as demais toupeiras. É um animal de baixo peso, podendo atingir até 80 gr. Seu comprimento não costuma ultrapassar 16 cm, mas tem uma cauda longa que pode até ultrapassar o comprimento do corpo. As características físicas da toupeira-da-água ficam entre um rato, uma toupeira e um musaranho, o que a torna bastante peculiar. Vivem aos pares, são boas nadadoras, pois se movem com agilidade na água, e cavam tocas na terra.

A toupeira-da-água é nativa de Andorra, Portugal, França e Espanha, habitando principalmente riachos de montanha com correntes rápidas, embora possa estar presente em corpos d'água com movimentos lentos. Em relação ao risco de extinção, seu estado atual é vulnerável, devido à alteração do restrito habitat onde se desenvolve.

Imagem: galemys.org

Tritão-dos-pirinéus

O tritão-dos-pirinéus (Calotriton asper) é um anfíbio da família das salamandras. Apresenta coloração castanha, geralmente uniforme, embora os machos a modifiquem durante a época reprodutiva. É um animal noturno e apresenta períodos de hibernação. Sua dieta é baseada em insetos e invertebrados.

É nativo de Andorra, França e Espanha, onde habita corpos d'água como lagos, riachos e até sistemas de cavernas de montanha com temperaturas bastante baixas. Encontra-se na categoria quase ameaçado de extinção, devido às alterações nos ecossistemas aquáticos onde vive, causadas principalmente pelo desenvolvimento de infraestruturas e turismo.

Marmota-alpina

A marmota-alpina (Marmota marmota) é um grande roedor dentro do continente europeu, chegando a medir cerca de 80 cm incluindo a cauda, ​​e pesando até 8 kg. É um animal robusto, com pernas e orelhas curtas. Esses animais europeus possuem hábitos diurnos, são altamente sociáveis, e a maior parte de seu tempo é gasta em busca de alimentos como gramíneas, juncos e ervas para acumular reservas corporais e poder hibernar no inverno.

A marmota-alpina é nativa da Áustria, Alemanha, Itália, Polônia, Eslováquia, Eslovênia e Suíça. Constrói tocas comunais em solos aluviais ou áreas rochosas, principalmente em prados alpinos e em pastagens com grandes altitudes. Seu estado de conservação é classificado como pouco preocupante.

Coruja-boreal

A coruja-boreal (Aegolius funereus) é uma ave que não atinge grandes dimensões, chegando a medir aproximadamente 30 cm com uma envergadura alar de cerca de 60 cm, e seu peso varia entre 100 a 200 gramas. A coloração da plumagem varia entre preto, marrom e branco. É carnívora, sua dieta é baseada principalmente em roedores, como ratos d'água, camundongos e musaranhos. Ela emite um canto que pode ser ouvido a grandes distâncias.

Estes são alguns dos países europeus onde a coruja boreal é nativa: Andorra, Áustria, Bélgica, Bulgária, Dinamarca, França, Grécia, Itália, Romênia, Rússia, Espanha, entre outros. Também se reproduz fora das fronteiras da Europa. Vive em florestas montanhosas, principalmente densos bosques de coníferas. Seu estado atual de conservação é pouco preocupante.

Lagosta-d'água-doce

Outro dos animais da Europa é a lagosta-d'água-doce (Astacus astacus), um artrópode pertencente à família Astacidae, que corresponde a um grupo de lagostins de água doce originários do velho continente. As fêmeas amadurecem e alcançam entre 6 e 8,5 cm, enquanto os machos o fazem entre 6 e 7 cm de comprimento. É uma espécie com grande necessidade de oxigênio e por isso, no verão, se os corpos d'água desenvolverem alta eutrofização, há uma alta mortalidade para a espécie.

A lagosta-d'água-doce é nativa de Andorra, Áustria, Bielo-Rússia, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Grécia, Lituânia, Polínia, Romênia, Rússia, Suíça, entre outros. Habita rios, lagos, lagoas e reservatórios, em terras baixa e altas. O importante é a presença de abrigos disponíveis, como pedras, troncos, raízes e vegetação aquática. Constrói tocas em fundos de areia macia, espaços pelos quais opta com maior frequência. Seu estado atual é vulnerável em relação ao nível de ameaça de extinção da espécie.

Moreia-pintada

A moreia-pintada (Muraena helena) é um peixe que pertence ao grupo anguiliformes, que partilha com as enguias e congrios. Tem um corpo longo, medindo até 1,5 m e pesando cerca de 15 kg ou até um pouco mais. É territorial, de hábitos noturnos e solitários, se alimenta de outros peixes, caranguejos e cefalópodes. Sua coloração é cinza ou marrom escuro, e não apresenta escamas.

Algumas das regiões onde a moreia é nativa são: Albânia, Bósnia e Herzegovina, Egito, França, Gibraltar, Grécia, Itália, Malta, Mônaco, Portugal, Espanha e Reino Unido. Habita fundos rochosos onde passa a maior parte do dia, situada a profundidades entre 15 e 50 m. Seu estado atual é pouco preocupante.

Rana temporaria

Rana temporaria é um anfíbio da família Ranidae, com corpo robusto, pernas curtas e uma cabeça estreitada para a frente, formando uma espécie de bico. Possui diversos padrões de cores, o que faz dela uma espécie muito atrativa.

Este animal da Europa é nativo de países como Albânia, Andorra, Áustria, Bielorrússia, Bélgica, Bulgária, Dinamarca, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Luxemburgo, Noruega, Polônia, Romênia, Espanha, Suécia, Reino Unido, entre outros. Se desenvolve em vários tipos de florestas, como as de coníferas, caducifólias, tundras, estepes arborizadas, arbustos, pântanos, e também em habitats aquáticos como lagoas, lagos e rios onde desova. É uma presença frequente em jardins. Seu estado atual é pouco preocupante.

Lagartixa-ibérica

A lagartixa-ibérica (Podarcis hispanicus) ou lagartixa-comum tem comprimento de 4 a 6 cm aproximadamente, e as fêmeas tendem a ser um pouco menores que os machos. Sua cauda é bastante longa, geralmente excedendo as dimensões do corpo. Quando se sente ameaçada por um predador, a lagartixa-ibérica desprende essa estrutura, utilizando-a como uma distração para poder escapar.

A lagartixa-ibérica é nativa da França, Portugal e Espanha. Geralmente é encontrada em áreas rochosas, zonas arbustivas, prados alpinos, vegetação densa e também em edifícios. É outro dos animais da Europa classificados em uma situação pouco preocupante em relação ao risco de extinção.

Outros animais da Europa

A seguir, apresentamos uma lista com outros animais da Europa:

  • Toupeira-europeia (Talpa europea)
  • Musaranho-anão-de-dentes-vermelhos (Sorex minutus)
  • Morcego-orelhas-de-rato (Myotis myotis)
  • Doninha-europeia (Mustela lutreola)
  • Texugo-europeu (Meles meles)
  • Foca-monge-do-mediterrâneo (Monachus monachus)
  • Lince-ibérico (Lynx pardinus)
  • Cervo-vermelho (Cervus elaphus)
  • Cabra-montesa (Capra pirenaica)
  • Lebre-comum (Lepus europaeus)
  • Osga-moura (Tarentola mauritanica)
  • Ouriço-terrestre (Erinaceus europaeus)

Agora que você conheceu uma série de animais europeus, talvez possa te interessar este vídeo em que explicamos como as mudanças climáticas afetam os animais:

Se deseja ler mais artigos parecidos a Animais da Europa, recomendamos-lhe que entre na nossa seção de Curiosidades do mundo animal.

Bibliografia
  • Bosch, J., Tejedo, M., Lecis, R., Miaud, C., Lizana, M., Edgar, P., Martínez-Solano, I., Salvador, A., García-París, M., Recuero Gil, E., Márquez, R. y Geniez, P. (2009). Calotriton asper. La Lista Roja de Especies Amenazadas de la UICN 2009: e.T59448A11943040. Disponível em: <https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2009.RLTS.T59448A11943040.en>. Acesso em 15 de julho de 2021.
  • Edsman, L., Füreder, L., Gherardi, F. y Souty-Grosset, C. (2010). Astacus astacus. La Lista Roja de Especies Amenazadas de la UICN 2010: e.T2191A9338388. Disponível em:<https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2010-3.RLTS.T2191A9338388.en>. Acesso em 15 de julho de 2021.
  • Hegyeli, Z. (2020). Spermophilus citellus. La Lista Roja de Especies Amenazadas de la UICN 2020: e.T20472A91282380. Disponível em: <https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2020-2.RLTS.T20472A91282380.en>. Acesso em 15 de julho de 2021.
  • Indefinido (2015). Gadus morhua. La Lista Roja de Especies Amenazadas de la UICN 2015: e.T8784A45097319. Disponível em: <https://www.iucnredlist.org/species/8784/45097319>. Acesso em 15 de julho de 2021.
  • Indefinido. (2016). Marmota marmota. La Lista Roja de Especies Amenazadas de la UICN 2016: e.T12835A510082. Disponível em: <https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-2.RLTS.T12835A510082.en>. Acesso em 15 de julho de 2021.
  • Indefinido. (2020). Bison bonasus. La Lista Roja de Especies Amenazadas de la UICN 2020: e.T2814A45156279. Disponível em: <https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2020-3.RLTS.T2814A45156279.en>. Acesso em 15 de julho de 2021.
  • Jose Antonio Mateo Miras, Marc Cheylan, M. Saïd Nouira, Ulrich Joger, Paulo Sá-Sousa, Valentin Pérez-Mellado, Iñigo Martínez-Solano. (2009). Podarcis hispanicus. La Lista Roja de Especies Amenazadas de la UICN 2009: e.T61548A12513281. Disponível em: <https://dx.doi.org/10.23>. Acesso em 15 de julho de 2021.