Animais da Antártida e suas características

Animais da Antártida e suas características

A Antártida é o continente mais frio e inóspito do planeta Terra. Lá não existem cidades, apenas bases científicas que reportam informações muito valiosas para todo o mundo. A parte mais oriental do continente, ou seja, a que está próxima à Oceania, é a área mais fria. Aqui, a terra alcança uma altura de mais de 3.400 metros, ode está, por exemplo, a estação científica russa Vostok Station. Neste lugar, foi registrado no inverno (mês de julho) de 1893, temperaturas abaixo dos -90 ºC.

Ao contrário do que possa parecer, existem regiões relativamente quentes na Antártida, como é a península antártica que, no verão, tem temperaturas em torno de 0 ºC, temperaturas muito quentes para certos animais que a -15 ºC já passam calor. Neste artigo de PeritoAnimal, falaremos sobre a vida animal na Antártida, essa região extremamente fria do planeta, e explicaremos as características de sua fauna e compartilhamos exemplos de animais da Antártida.

Características dos animais da Antártida

As adaptações dos animais da Antártida são regidas principalmente por duas regras, a regra de Allen, que postula que os animais endotérmicos (os que regulam sua temperatura corporal) que vivem em climas mais frios têm os membros, as orelhas, o focinho ou a cauda mais reduzidos, assim minimizam as perdas de calor, e a regra de Bergmann, que estabelece que com a mesma intenção de regular as perdas de calor, os animais que vivem nessas áreas tão frias têm o corpo muito maior que as espécies que vivem em áreas temperadas ou tropicais. Por exemplo, os pinguins que vivem nos polos são maiores do que os pinguins tropicais.

Para poder sobreviver neste tipo de clima, os animais estão adaptados para acumular grandes quantidades de gordura sob a pele, evitando perdas de calor. A pele é muito grossa e, nos animais que têm pelo, costumam ser muito denso, acumulando ar em seu interior para criar uma capa isolante. Este é o caso de alguns ungulados e ursos, embora não existam ursos polares na Antártida, nem mamíferos desses tipos. As focas também mudam.

Durante as épocas mais frias do inverno, alguns animais migram para outras áreas mais quentes, sendo esta uma estratégia prioritária em aves.

Fauna da Antártida

Os animais que vivem na Antártida são principalmente aquáticos, como focas, pinguins e outras aves. Também encontramos alguns vertebrados marinhos e cetáceos.

Os exemplos que detalharemos a seguir, portanto, são excelentes representantes da fauna da Antártida e são os seguintes:

  • Pinguim imperador
  • Krill
  • Leopardo marinho
  • Foca de weddell
  • Foca caranguejeira
  • Foca de ross
  • Petrel antártico

1. Pinguim imperador

O pinguim imperador (Aptenodytes forsteri) vive em toda a costa norte do continente antártico, distribuindo-se de maneira circumpolar. Essa espécie foi classificada como quase ameaçada, pois sua população diminui lentamente devido às mudanças climáticas. Essa espécie passa muito calor quando a temperatura sobe a -15 ºC.

Os pinguins imperadores se alimentam principalmente de peixes no oceano antártico, mas também podem se alimentar de krill e cefalópodes. Têm um ciclo de reprodução anual. As colônias são formadas entre março e abril. Como dado curioso sobre esses animais da Antártida, podemos dizer que colocam seus ovos entre maio e junho, sobre o gelo, embora o ovo seja colocado sobre as patas de um dos progenitores para evitar que congelem. No final do ano, os filhotes tornam-se independentes.

2. Krill

O krill antártico (Euphausia superba) é a base da cadeia alimentar nessa região do planeta. Trata-se de um pequeno crustáceo malacostráceo que vive formando enxames de mais de 10 quilômetros de extensão. Sua distribuição é circumpolar, embora as populações maiores encontram-se no Atlântico Sul, próximo à península antártica.

3. Leopardo marinho

Os leopardos marinhos (Hydrurga leptonyx), outros dos animais da Antártida, estão distribuídos pelas águas antárticas e subantárticas. As fêmeas são maiores que os machos, alcançando peso de 500 quilogramas, sendo este o principal dimorfismo sexual da espécie. Os filhotes normalmente nascem sobre o gelo entre novembro e dezembro e são desmamados com apenas 4 semanas de idade.

São animais solitários, os casais copulam na água, mas nunca se viram. São famosos por serem grandes caçadores de pinguins, mas se alimentam igualmente de krill, outras focas, peixes, cefalópodes, etc.

4. Foca de weddell

As focas de weddell (Leptonychotes weddellii) têm distribuição circumpolar por todo o oceano antártico. Às vezes, alguns indivíduos solitários são avistados na costa sul africana, Nova Zelândia ou Sul da Austrália.

Como no caso anterior, as fêmeas de foca de weddell são maiores que os machos, embora seu peso flutue drasticamente na época de cria. Podem criar no gelo sazonal ou em terra, permitindo que formem colônias, retornando a cada ano ao mesmo local para se reproduzir.

As focas que vivem no gelo sazonal fazem buracos com seus próprios dentes para acessar a água. Isso causa um desgaste muito rápido dos dentes, encurtando a expectativa de vida.

5. Foca caranguejeira

A presença ou ausência de focas caranguejeiras (Lobodon carcinophaga) no continente antártico depende das flutuações da área de gelo sazonal. Quando as placas de gelos desaparecem, o número de focas caranguejeiras aumenta. Alguns indivíduos viajam até o sul da África, Austrália ou América do Sul. Às vezes, adentram no continente, chegando a encontrar um exemplar vivo a 113 quilômetros da costa e a uma altitude de até 920 metros.

Quando as fêmeas de foca caranguejeira vão dar à luz, elas o fazem sobre uma placa de gelo, estando a todo momento mãe e filho acompanhados pelo macho, que assiste o parto da fêmea. O casal e o filhote permanecerão juntos até poucas semanas após o desmame do filhote.

6. Foca de ross

Outro dos animais da Antártida, as focas de ross (Ommatophoca rossii) são distribuídas de maneira circumpolar por todo o continente antártico. Geralmente se agregam em grandes grupos sobre massas de gelo flutuantes durante o verão para se reproduzir.

Essas focas são as menores das quatro espécies que encontramos na Antártida, chegando a pesar apenas 216 quilogramas. Os indivíduos dessa espécie passam vários meses no oceano aberto, sem se aproximar do continente. Se reúnem em janeiro, momento no qual trocam a pelagem. Os filhotes nascem em novembro e são desmamados com um mês de idade. Os estudos genéticos demonstram que é uma espécie monogâmica.

Imagem: www.earth.com

7. Petrel antártico

O petrel antártico (Thalassoica antárctica) se distribui por toda a costa do continente, formando parte da fauna da Antártida, embora prefira as ilhas próximas para fazer seus ninhos. Nessas ilhas são abundantes os penhascos rochosos livres de neve, onde essa ave faz seus ninhos.

O principal alimento do petrel é o krill, embora também podem consumir peixes e cefalópodes.

Outros animais da Antártida

Toda a fauna da Antártida está ligada de uma forma ou de outra ao oceano, não existem nenhuma espécie puramente terrestre. Outros animais aquáticos da Antártida:

  • Gorgônias (Tauroprimnoa austasensis e Digitogorgia kuekenthali)
  • Peixe prateado antártico (Pleuragramma antarctica)
  • Skate estrelado da antártica (Amblyraja georgiana)
  • trinta réis antártico​ (Sterna vittata)
  • Faigão rola (Pachyptila desolata)
  • Baleia austral ou Minke antártica (Balaenoptera bonaerensis)
  • Tubarão dormente do sul (Somniosus antarcticus)
  • Pardelão prateado, petrel prateado ou petrel austral (Fulmarus glacialoides)​
  • Mandrião antártico (Stercorarius antarcticus)
  • Peixe cavalo espinhoso (Zanclorhynchus spinifer)

Animais da Antártida em perigo de extinção

De acordo com a UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza), existem vários animais em perigo de extinção na Antártida. Provavelmente existem mais, mas não há dados suficientes para determinar. Existe uma espécie em perigo crítico de extinção, a baleia azul da antártica (Balaenoptera musculus intermedia), o número de indivíduos tem diminuído em 97 % de 1926 até a atualidade. Acredita-se que a população tenha diminuído exageradamente até 1970 como resultado da caça de baleias, mas que aumentou ligeiramente a partir de então.

E 3 espécies em perigo de extinção:

  • Albatroz fuligem​ (Phoebetria fusca). Essa espécie esteve em perigo crítico de extinção até 2012, devido à pesca. Agora encontra-se em perigo porque acredita-se, de acordo com avistamentos, que o tamanho da população é maior.
  • Albatroz Real do Norte (Diomedea sanfordi). O albatroz real do norte estava em perigo crítico de extinção devido a fortes tormentas acontecidas na década de 1980, provocadas por mudanças climáticas. Atualmente não há dados suficientes, sua população se estabilizou e agora está diminuindo novamente.
  • Albatroz De Cabeça Cinza (Talasarche chrysostoma). A taxa de diminuição dessa espécie foi muito rápida durante as 3 últimas gerações (90 anos). A causa principal do desaparecimento da espécie é a pesca com palangre.

Existem outros animais em perigo de extinção que, embora não vivem na Antártida, passam próximo de suas costas em seus movimentos migratórios, como o petrel atlântico (Pterodroma incerta), o pinguim de Sclater ou pinguim de crista ereta (Eudyptes sclateri), o albatroz de nariz amarelo índico (Thalassarche carteri) ou o albatroz das Antípodas (Diomedea antipodensis).

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Bibliografia
  • BirdLife International 2018. Aptenodytes forsteri. The IUCN Red List of Threatened Species 2018: e.T22697752A132600320.
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  • Hückstädt, L. 2015. Lobodon carcinophaga. The IUCN Red List of Threatened Species 2015: e.T12246A45226918.
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