Animais da Amazônia - Características, nomes e fotos

Com mais de 6,9 milhões de quilômetros quadrados, 4 milhões deles apenas no Brasil, a Amazônia abriga mais de um terço de todas as espécies de animais catalogadas no planeta.

Considerando toda sua abrangência nos nove países em que está presente (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela), calcula-se que existam na Amazônia mais de 100 mil invertebrados, 3 mil espécies de peixes de água doce, 378 espécies de répteis, 400 de anfíbios, 427 de mamíferos e cerca de 1.300 espécies de aves.

Além disso, a Amazônia é o principal bioma brasileiro, já que conta com mais de 73% das espécies de mamíferos e 80% das de aves existentes em todo o país.

Qual animal é símbolo da Amazônia?

Entre os animais que são considerados símbolo da Amazônia, estão:

• Onça-pintada (Panthera onca)
• Anaconda (Eunectes murinus)
• Boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis)
• Gavião-real (Harpia harpyja)
• Peixe-boi-da-Amazônia (Trichechus inunguis)

A seguir, apresentaremos uma série de animais da Amazônia e suas características.

A preguiça-de-bentinho (Bradypus tridactylus) é um dos animais da Amazônia mais conhecidos. Encontra-se distribuída a partir do sul do Orinoco, na Venezuela, até o norte do Brasil. Se refugia nas úmidas florestas tropicais de montanha, onde quase sempre pode ser vista pendurada de cabeça para baixo em um galho.

O nome "preguiça" não foi escolhido ao acaso, uma vez que este animal não se move mais do que alguns metros por dia. O resto do tempo (cerca de 20 horas) é passado descansando. Mas, na realidade, não é que sejam animais preguiçosos, mas que se movem tão pouco porque o seu metabolismo funciona muito lentamente. Em outras palavras, o processo de transformação dos alimentos em energia é muito lento.

A sua capacidade de permanecer quieta numa árvore significa que não tem que descer muito ao chão. Assim, está sempre a salvo de predadores e perfeitamente camuflada. Além disso, à medida que envelhecem, as preguiças ficam verdes. No entanto, a verdade é que não são elas, mas sim as algas que vivem no seu pelo. É a melhor camuflagem possível. Se quiser saber mais curiosidades sobre o bicho-preguiça, não perca esse outro artigo.

O sagui-imperador (Saguinus imperator), também conhecido como sagui-de-bigode, é um tipo de macaco endêmico de uma pequena área da Amazônia entre a Bolívia, o Brasil e o Peru. O seu nome deriva do imperador alemão Guilherme II, que tinha um bigode impressionante, semelhante ao desse primata.

Além do seu aspecto curioso, esses animais da Amazônia são notáveis pela sua poliandria, uma forma pouco usual de organização que consiste em grupos hierárquicos formados por vários machos e uma única fêmea. A fêmea lidera o grupo e acasala com todos os machos. Quando os descendentes nascem, os machos cuidam deles, ficando a fêmea encarregada somente da amamentação.

Estes animais da Amazônia são inconfundíveis devido aos seus bicos enormes e coloridos. Embora estejam distribuídos pela maior parte do continente americano, muitas espécies de tucanos (familia Ramphastidae) são nativas da Amazônia. Por exemplo, o Selenidera culik ou o Andigena laminirostris.

Essas aves da Amazônia podem atingir uma altura de 60 centímetros, embora existam tucanos de tamanhos muito pequenos. É o caso dos tucaninho-de-nariz-amarelo (Aulacorhynchus spp.). Quanto ao seu comportamento, os tucanos são monogâmicos, como muitas outras aves. Utilizam ocos de árvores para pôr os seus ovos e ambos os progenitores cuidam das crias.

Na imagem podemos ver o tucano araçari-bico-de-placa (Andigena laminirostris).

A tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa) é uma tartaruga de água doce que pode medir até um metro de comprimento. A sua carapaça é ampla e achatada, semelhante à dos galápagos espanhóis.

Durante a época de reprodução, é fácil avistar muitas destas tartarugas nos bancos de areia que os rios Amazonas e Orinoco criam no seu caminho. Como as tartarugas marinhas, as tartarugas da amazônia se reúnem nestas "praias" fluviais para pôr os seus ovos enterrados na areia. Quando eclodem, as pequenas tartarugas correm para a água para poderem estar em segurança.

Os dendrobatídeos (família Dendrobatidae) são uma família de anfíbios conhecida como sapos arrowhead ou sapos garimpeiros. Recebem o seu nome pelo fato de algumas aldeias tinham como costume manchar as pontas das suas flechas com um bálsamo feito com estes sapos. Como já devem ter adivinhado, esses animais são venenosos.

São um dos animais da Amazônia mais conhecidos, não só devido ao seu potente veneno, mas também devido à sua coloração. Os padrões e as cores da sua pele indicam aos predadores que são venenosos. Esta é uma situação vantajosa para ambos. A coloração intensa e os padrões reconhecíveis são um tipo muito comum de comunicação visual. Se você estiver interessado nesse assunto, aqui está outro artigo da PeritoAnimal sobre a comunicação entre os animais.

O pirarucu ou paiche (Arapaima gigas) é o segundo maior peixe de água doce do mundo. Pode atingir três metros de comprimento. É, portanto, um dos animais da Amazônia mais procurados pelos pescadores e está criticamente em perigo de extinção.

Além do seu tamanho, este peixe destaca-se entre os animais símbolos da Amazônia por causa dos seus cuidados parentais. Os dois progenitores dedicam-se ao cuidado das suas crias, os quais as guiam até aos locais de alimentação.

A aldeia Sateré-Mawé realiza um ritual peculiar quando um adolescente chega à idade adulta. Ele é equipado com luvas feitas de formigas vivas e deve suportar as suas dolorosas picadas. Esta é a formiga-cabo-verde (Paraponera clavata), responsável por uma das picadas mais dolorosas do mundo dos insetos.

Durante a picada, estas formigas injetam um veneno, que é responsável pela dor. Além disso, é uma neurotoxina que afeta o sistema nervoso. Esta é a razão pela qual muitos destes adolescentes perdem a consciência. Portanto, as formigas-cabo-verde são um dos animais mais perigosos da Amazônia.

As aranhas do gênero Anelosimus (Anelosimus spp.) destacam-se entre os animais da Amazônia por causa do seu comportamento social. Ou seja, como formigas e abelhas, estes animais formam uma espécie de colônia em que cooperam na captura de presas e no cuidado dos seus ovos.

A colaboração na obtenção de alimentos resulta numa maior eficiência: podem capturar presas maiores do que se agirem sozinhas. Por sua vez, a proteção dos sacos de ovos uns dos outros evita a perda de descendência e promove o rápido crescimento da colônia.

As borboletas-coruja (Caligo spp.) estão distribuídas do México até o Brasil. Portanto, não são apenas animais da Amazônia, mas têm uma grande história para contar.

Estas borboletas devem o seu nome a um padrão na parte inferior das suas asas traseiras. Este padrão é muito semelhante aos olhos de uma coruja. Assim, quando abrem as suas asas, os predadores confundem-nas com um animal muito maior e decidem não as comer.

Nas últimas décadas, a Amazônia tem sofrido um enorme desmatamento. Como consequência, muitos habitats estão desaparecendo e, com eles, os animais que os habitam. Mostramos alguns dos animais da Amazônia que estão ameaçados de extinção ou próximos de serem declarados como tais:

• Mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia): um macaco do tamanho de um esquilo com um denso pelo dourado. Uma das razões pelas quais foi indiscriminadamente capturado é a sua grande beleza.
• Onça-pintada (Phantera onca): é um dos maiores felinos do mundo. Embora esteja listada como uma espécie quase ameaçada, as suas populações estão em declínio.
• Boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis): este é o maior golfinho de água doce. Está ameaçado pela pesca de arrasto que substituiu os métodos tradicionais.
• Tatu-canastra (Priodontes maximius): este mamífero com carapaça está listado como vulnerável. Além do desmatamento, a causa de sua diminuição é a caça para venda a colecionadores ou zoológicos.
• Ariranha (Pteronura brasiliensis): é a maior lontra fluvial conhecida. Existem atualmente menos de 5 000 indivíduos na natureza.
• Anta (Tapirus terrestris): é um mamífero ungulado (com cascos) que pode pesar até 300 kg. A sua carne e pele são altamente valorizadas, sendo a caça uma das principais razões pelas quais algumas populações se encontram em perigo. No entanto, é classificado como vulnerável.
• Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla): também conhecido como "yurumi", está listado como vulnerável. É perseguido por caçadores e cobiçado por colecionadores.
• Arara-azul-grande (Anodohynchus hyacinthinus): a bela "arara-azul" é altamente valorizada no mercado. Isto é devido à sua utilização como animal de estimação e às suas cobiçadas penas. Estas são as principais razões da sua captura indiscriminada.
• João-de-barba-grisalha (Synallaxis kollari): é uma pequena ave avermelhada com uma barba preto e branca que se encontra criticamente em perigo.
• Tesourinha-da-mata (Phibalura boliviana): também conhecido como o "tesouro boliviano" está em perigo devido à rápida perda do seu habitat.
• Sapo-dourado (Phyllobates terribilis): como a maioria dos anfíbios, está em perigo de extinção devido à perda de zonas húmidas e a secas cada vez mais prolongadas.

Se você tiver interesse em saber mais sobre animais da Amazônia ameaçados de extinção, sugerimos que você leia este outro artigo sobre os animais em extinção na Amazônia.

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