Adaptação dos seres vivos ao ambiente

Adaptação dos seres vivos ao ambiente

Todos os seres vivos devem adaptar-se ou ter algumas qualidades que lhes permitam sobreviver. Diante de mudanças súbitas no ambiente, nem todas as espécies têm essa capacidade e, ao longo da história evolutiva, muitas foram deixadas para trás e desapareceram. Outros, apesar da sua simplicidade, conseguiram chegar aos nossos dias.

Você já se perguntou por que existem tantas espécies diferentes de animais? Neste artigo do PeritoAnimal vamos falar sobre a adaptação dos seres vivos ao ambiente, os tipos que existem e mostrar alguns exemplos.

O que é a adaptação dos seres vivos ao ambiente

A adaptação dos seres vivos ao ambiente é um conjunto de processos fisiológicos, características morfológicas ou mudanças de comportamento que permitem a sobrevivência dos seres vivos em diferentes ecossistemas. A adaptação é uma das razões pelas quais existe uma grande variedade de formas de vida em nosso planeta.

Quando ocorrem mudanças poderosas no ambiente, os seres menos generalistas que têm necessidades muito específicas tendem a desaparecer.

Tipos de adaptação dos seres vivos ao meio

Graças à adaptação, muitas espécies têm conseguido sobreviver ao longo da história do planeta. Todos os seres vivos são intrinsecamente adaptáveis, mas muitas destas adaptações ocorreram ao acaso. Isso quer dizer que o aparecimento ou desaparecimento de genes se deve a que, por exemplo, certos indivíduos não conseguiram sobreviver, e não porque não se adaptaram ao seu ambiente, mas sim porque uma catástrofe foi capaz de fazer desaparecer o seu rasto do planeta. O aparecimento de certos caracteres pode ter acontecido devido à mutação aleatória de parte do seu genoma. Os diferentes tipos de adaptações são:

Adaptações fisiológicas

Estas adaptações estão relacionadas com mudanças no metabolismo dos organismos. Certos órgãos começam a funcionar de forma diferente quando ocorrem certas mudanças no ambiente. As duas adaptações fisiológicas mais conhecidas são a hibernação e a estivação.

Em ambos os casos, seja quando a temperatura ambiente cai bem abaixo de 0ºC ou muito acima de 40ºC, aliada à baixa umidade relativa, certos seres são capazes de diminuir o seu metabolismo basal de tal forma que permanecem em estado de latência durante curtos ou longos períodos de tempo, a fim de sobreviverem às estações mais devastadoras do seu ecossistema.

Adaptações morfológicas

São estruturas externas dos animais que lhes permitem adaptar-se melhor ao seu meio ambiente como, por exemplo, as barbatanas de animais aquáticos ou o pêlo denso em animais que vivem em climas frios. Porém, as duas adaptações morfológicas mais atraentes são a cripsis ou camuflagem e o mimetismo.

Os animais crípticos são aqueles que se camuflam perfeitamente com o seu ambiente e são quase impossíveis de detectar numa paisagem, tais como o bicho-pau ou as bicho-folha. Por outro lado, o mimetismo consiste em imitar a aparência de animais perigosos, por exemplo, as borboletas-monarca são extremamente venenosas e não têm muitos predadores. A borboleta vice-rei tem a mesma aparência física sem ser venenosa mas, por ser parecida com a monarca, também não é depredada.

Adaptações comportamentais

Estas adaptações levam os animais a desenvolver certos comportamentos que atingem a sobrevivência do indivíduo ou da espécie. Fugir de um predador, esconder-se, procurar abrigo ou procurar alimentos nutritivos são exemplos de adaptações comportamentais, embora as duas mais características deste tipo de adaptação sejam a migração ou o cortejo. A migração é usada pelos animais para escapar do seu ambiente quando as condições meteorológicas não são as ideais. O cortejo é um conjunto de padrões de comportamento que visam encontrar um parceiro e reproduzir-se.

Exemplos de adaptação dos seres vivos ao meio

A seguir citaremos alguns exemplos de adaptações que tornam certos animais adequados ao ambiente em que vivem:

Exemplos de adaptação terrestre

As cascas dos ovos dos répteis e das aves são um exemplo de adaptação ao ambiente terrestre, uma vez que impedem que o embrião seque. O pelo nos mamíferos é outra adaptação ao ambiente terrestre, uma vez que serve para proteger a pele.

Exemplos de adaptação ao meio aquático

As barbatanas em peixes ou mamíferos aquáticos permitem que eles se movimentem melhor na água. Da mesma forma, as membranas interdigitais dos anfíbios e das aves têm o mesmo efeito.

Exemplos de adaptação à luz ou à sua ausência

Os animais noturnos têm glóbulos oculares altamente desenvolvidos que lhes permitem ver à noite. Os animais que vivem no subsolo e não dependem da luz para ver costumam carecer de sentido de visão.

Exemplos de adaptação de temperatura

A acumulação de gordura sob a pele é uma adaptação aos climas frios. De acordo com a regra de Allen, os animais que vivem em áreas frias têm membros, orelhas, caudas ou focinhos mais curtos do que os animais que vivem em áreas quentes, uma vez que devem evitar a perda de calor.

No entanto, os animais que vivem em áreas muito quentes são caracterizados, por exemplo, por orelhas grandes que lhes permitem perder mais calor corporal e, assim, arrefecer mais.

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Bibliografia
  • Iturbe, U. (2010). Adaptaciones y adaptación biológica, revisadas. eVOLUCIÓN 5(1): 5-12.
  • Burciaga-Hernández, L. A. (2016). Medios de adaptación de los seres vivos. BIOZ (1)1.